sexta-feira, 6 de julho de 2012

BOVESPA DERRAPA E CAI DE QUATRO

O Ibovespa acumulou alta de 1,96% entre o período de 2 a 6 de junho, fechando a primeira semana do semestre aos 55.394 pontos. O índice mostrou-se fortalecido pelos resultados da reunião dos líderes na Zona do Euro, que terminou na sexta-feira passada, e os esforços de França e Espanha para reduzirem seus déficits. Porém, a instabilidade política chamou a atenção no Velho Continente. A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que seu país não assumiu garantias adicionais com a Zona do Euro, algo tido como necessário para a solução da crise. Alguns países do bloco devem bloquear a compra de títulos públicos de economias da Zona do Euro pelos fundos de resgate, com a Finlândia destacando preferir sair da Zona do Euro a arcar com a dívida alheia. Os efeitos da crise na economia europeia também chamaram atenção nesta semana. O BCE (Banco Central Europeu) reduziu a taxa básica de juro para a mínima histórica de 0,75% ao ano, o que não foi muito bem recebido pelos investidores, já que o que motivou esse corte foi uma piora na percepção da atividade econômica na região. O alerta vem após a taxa de desemprego europeia bater recorde ao atingir 11,1% em maio, enquanto o setor privado da Zona do Euro continuou em contração. Destaques corporativos Na semana, a ponta positiva ficou com as ações da Oi (OIBR3; OIBR4). Os papéis ordinários tiveram alta de 16,30%, liderando os ganhos da Ibovespa, terminando a R$ 10,99, enquanto os preferenciais tiveram ganhos de 15,64% - terminando a R$ 9,54. Por sua vez, os papéis da B2W Varejo (BTOW3) tiveram valorização de 13,16%, terminando a R$ 6,62. Já a ponta negativa ficou com os papéis da Eletropaulo (ELPL4), que registraram queda de 14,17%, terminando a semana aos R$ 21,75, após a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) determinar redução de 9,33% nas tarifas cobradas pela empresa na segunda-feira (2). Por sua vez, os papéis da GOL (GOLL4) recuaram 7,51% até os R$ 8,25, ficando próximas da lanterna. Fora do Ibovepa, chamou a atenção a forte alta de 35,21% das ações do Cruzeiro do Sul (CZRS4), que terminaram a semana cotados a R$ 1,92. Embora essa alta tenha sido expressiva, o banco alertou não saber a razão para esse desempenho. Outro papel que chamou a atenção foram as ações da OGX Petróleo (OGXP3), que apresentaram forte volatilidade na semana, mas terminaram o período em alta de 10,91% aos R$ 6,10, recuperando parte das perdas acumuladas na semana anterior. Apesar da alta, noticiário é negativo A desaceleração da economia global chama a atenção dos mercados. Por aqui, é válido destacar a forte queda de 4,3% da produção industrial brasileira maio de 2011 e de 2012, o pior resultado desde setembro de 2009. Avaliando uma desaceleração da economia nacional, o JPMorgan reduziu a sua previsão de crescimento do PIB para 1,7% em 2012. É a terceira instituição de análise que projeta um PIB menor que 2% para o Brasil em 2012 - as outras duas são Itaú BBA (+1,9%) e BTG Pactual (+1,5%). A economia norte-americana também não animou. A produção industrial local teve sua menor expansão nos últimos 18 meses, enquanto o tradicional Relatório de Emprego mostrou a criação de apenas 80 mil vagas de emprego em junho, contra uma expectativa de 100 mil. Na China, a a atividade manufatureira bateu sua mínima em sete meses, fazendo com que o governo cortasse a taxa básica de juro como forma de estimular a economia do país. Agenda da próxima semana Na agenda para a segunda semana de julho, os investidores estarão atentos à ata da última reunião do Federal Reserve, o banco central norte-americano. Ainda lá fora, destaque para a reunião de política monetária do Banco Central japonês, bem como de dados econômicos na China, com destaque para o PIB do segundo trimestre. No front doméstico, o destaque fica por conta da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que deverá contar com mais um corte de 50 pontos-base na Selic, levando a taxa básica de juros brasileira para 8% ao ano, segundo projeção dos analistas de mercado. Ainda por aqui, atenção aos diversos índices de inflação e às vendas de varejo. O Banco Central divulgará ainda o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do BC) de maio. O índice constitui-se em um indicador que incorpora a trajetória das variáveis consideradas essenciais para o desempenho de três setores da economia: agropecuária, indústria e serviços. Publicado por INFOMONEY.