PRÓXIMA SEMANA VAI SER DE APREENSÃO

Apesar da queda nesta sexta-feira (6), o Ibovespa terminou a semana com ganhos de 1,91% aos 55.394 pontos, impulsionado principalmente pelo bom desempenho das blue-chips Petrobras (PETR3, +5,19%; PETR4, +5,21%) e OGX (OGXP3, +10,91%) no período. A maior surpresa na semana foram os cortes das taxas de juros pelos bancos centrais da China e Europa, enquanto o BoE (Bank of England) aumentou o programa de compra de ativos. Porém, o discurso do presidente do BCE (Banco Central Europeu), Mario Draghi, neutralizou os sinais otimistas, ao afirmar que a redução dos juros veio em meio a um cenário de deterioração da economia do bloco de moeda única. A Europa também esteve em cena. Desde a reunião da cúpula da União Europeia, que ocorreu entre os dias 28 e 29 de junho, o mercado vislumbra por melhorias na Zona do Euro. A Irlanda, um dos países mais afetados, deve emitir dívida nesta semana, pela 1ª vez desde 2010 - mostrando que o país volta a dar sinais de saneamento fiscal. Já a Espanha tomará medidas adicionais para cumprir a sua meta de déficit. Os dados das atividades industriais da Zona do Euro, China e Estados Unidos trouxeram um certo pessimismo ao mercado, enquanto os números abaixo da expectativas do mercado de trabalho norte-americano contribuíram para a queda no último dia da semana. Semana volátil para Ibovespa Já a semana entre os dias 9 e 13 de julho vai ser repleta de dados econômicos, o que deve trazer maior volatilidade para o Ibovespa, na opinião do analista Marco Aurélio Etchegoyen, da Diferencial. O foco da atenção dos investidores deve ficar com os dados da economia chinesa, principalmente com a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) do país na próxima quinta-feira (19). Com o corte da taxa de juro na China, os analistas especulam que o crescimento do país deve vir pior do que o previsto pelo mercado. Se isso for confirmado, pode trazer um sentimento negativo nos principais índices de ações internacionais, afirmou Etchegoyen. Também no front chinês, deve ser reportada a balança comercial, produção industrial e taxa de inflação. "Tudo está nas mãos de como sair o resultado desses dados da economia da China", reforçou o analista. Demais indicadores econômicos Além disso, o economista-chefe da Sul América, Newton Rosa, ressalta outra importante referência para o mercado, que será o discurso do presidente do BCE logo na segunda-feira (9), data em que o Ibovespa permanecerá fora de operação por conta do feriado da Revolução Constitucionalista em São Paulo. Para ele, Draghi vai seguir o mesmo discurso da última semana, quando o presidente do BCE não deu indicações sobre compra de títulos que busca aliviar o custo do financiamento para países que sofrem com a crise da dívida da Zona do Euro. Ainda na agenda, os invesdores também acompanharão a divulgação da ata do Fomc (Federal Open Market Committee), o discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke. Por aqui, o destaque fica para a publicação do Relatório Focus. Nesta semana o PIB brasileiro ter sido revisado para baixo pela oitava vez consecutiva para 2,05% em 2012. Publicado por INFOMONEY.