sexta-feira, 6 de julho de 2012

OGX ESTÁ DE VOLTA

Depois da fatídica queda de 40,54% na semana passada, as ações da OGX Petróleo (OGXP3) voltaram a apresentar volumosos ganhos, acumulando alta de 11,64% nesta semana. Na cabeça dos investidores que acompanham o caso vem uma dúvida: será que o mercado está reavaliando a sua resposta para o comunicado da terça-feira (25) passada, sobre a produção no campo de Tubarão Azul? A própria empresa havia comunicado que o mercado tinha interpretado de maneira "errada" o comunicado. Em questão de dias, diversos bancos haviam cortado as projeções para a companhia - diminuindo suas recomendações e preço-alvo para OGXP3. Antes uma das mais recomendadas pelas mais diversas casas de research, os papéis da petrolífera praticamente sumiram das recomendações. Empresa pode estar certa É possível que a petrolífera de Eike Batista esteja certa quanto à avaliação? Na opinião de analistas que acompanham diariamente a situação da empresa, pode ser que sim. "Eu concordo em partes com a empresa, eu entendo que foi uma referência extremamente negativa para ela, mas não para tanto", afirma Roberto Altenhofen, analista da Empiricus. Em questão de dias, OGXP3 estava cotada no mesmo preço em que havia iniciado o ano de 2009, quando se recuperava do baque da crise de 2008. Mas algo o mercado estava se esquecendo: o avanço que a petrolífera deu nestes anos, quando passou de uma empresa puramente pré-operacional para uma empresa produtora, com cargas vendidas e sucessos exploratórios. "Achei demasiada essa queda, até por que há solução para o poço. Tem um custo técnico, mas tem solução", afirma Nataniel Cezimbra, analista do BB Investimentos, lembrando também de técnicas para que se eleve a produção, como injeção de água. Expectativas excessivas? O erro, porém, pode estar no excesso de expectativas que foi criada em relação a empresa. Como esperava-se que a empresa teria capacidade de produzir mais petróleo do que acabou sendo divulgado, os papéis da OGX refletiam essa esperança - com o baque da divulgação, o freio foi puxado e muitos investidores "voltaram para a realidade". "O preço tava refletindo muita expectativa de crescimento, e agora as ações devem começar a refletir o fluxo de caixa da companhia", afirma Cezimbra. Ele mostra, porém, que há dificuldades para avaliar perfeitamente a perspectiva para a OGX, já que precisa de dados técnicos para que consiga acontecer o que está acontecendo - e que a empresa precisa divulga-los para que o case da petrolífera consiga ser entendido de vez por todas. Cedo demais para julgar Para Altenhofen, seria prematuro demais fazer estimativas sobre o futuro da companhia. Para ele, dois poços são uma amostra muito pequena para se entender o comportamento da produção futura da companhia - sobretudo em outros campos. "A empresa está em uma fase completamente embrionária. Há uma curva de aprendizagem, e nesse ponto, foi uma lição para o management da companhia, foi uma evolução", diz Altenhofen. Já Cezimbra prefere esperar que a empresa venda uma segunda carga de barris de petróleo para tirar conclusões, lembrando que a perspectiva para OGX não é ruim. "A empresa tem bastante valor, possui vários poços perfurados com sucesso, e tem custos menores com logística, já que seus poços são em águas rasas", afirma o analista do BB. Crise de confiabilidade Uma coisa é certa: se a avaliação do comunicado foi errada ou não, o fato é que isso gerou dúvidas sobre a empresa. "Houve uma crise de credibilidade, tanto que isso respingou nas outras empresas do grupo 'X'. O mercado agora deve ser mais cético em relação aos comunicados da OGX", ressalta o analista da Empiricus. A credibilidade foi tão abalada que houve quem cogitasse a falência da OGX durante a teleconferência organizada pela empresa com o mercado após o comunicado - para esclarecer o ocorrido. "Isso não faz sentido. A empresa tem R$ 6 bilhões em caixa", destaca Altenhofen. Com o pior do pessimismo para trás, será que a terceira ação mais importante do índice volta a subir? Publicado por INFOMONEY.